Socorro, o conteúdo virou commodity!

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Publiquei este artigo no meu Linkedin ano passado. Mas, como muitos leitores aqui do blog são também meus colegas de profissão, não poderia deixar de compartilhar por aqui algumas opiniões (e angústias) sobre Marketing de Conteúdo. Espero que seja útil 😉

Responda com sinceridade: se contratasse um freelancer ou uma agência para produzir conteúdo para o blog de sua empresa, quanto tempo imagina que seria necessário para pesquisar referências, escrever, revisar e otimizar um post de qualidade? E mais importante, quanto este serviço deveria custar?

Por favor, não me responda “menos de 1 hora” e “uns R$ 10,00”.

Depois que comecei a trabalhar como freelancer de conteúdo, não foram poucas as vezes em que vi respostas como essas no mercado. E não somente vindas da parte do cliente…

Apenas como exemplo, palestras de profissionais de conteúdo ensinam “como escrever em menos de 1 hora” e um colega de profissão está fazendo sucesso depois de começar a divulgar seus posts por R$ 7,00 – agora custam R$ 10,00, a inflação realmente pegou todo mundo…

E essa história de commodity…

Não é por acaso que tem muita gente prevendo o fim do Marketing de Conteúdo: ele está virando commodity. Não importa quem o escreve, que estilo tem ou que técnicas utiliza. Basta que o conteúdo seja baratinho e que utilize todas as keywords possíveis e imagináveis para receber tráfego orgânico.

Como o Marcelo Lombardo publicou em seu artigo, “é só ligar e encomendar um e-book ‘meia calabresa meia mozzarella'” para uma agência de conteúdo e receber mais um texto “Frankestein”, copiado e colado de vários outros e redigido por um profissional com pouca experiência.

O problema é: quanto espaço ainda existe para mais posts sobre “10 dicas para vender mais?”.

(Exercício para um dia qualquer: digite “10 dicas para vender mais” no Google. Veja quantos posts existem com o mesmo título. Divirta-se (ou chore) percebendo quantos deles são simplesmente reedições do conteúdo, adaptando o foco para o produto ou serviço da empresa.)

O Marketing de Conteúdo está perto do fim?

Mas, se o conteúdo está virando commodity, isso significa que o Marketing de Conteúdo está perto do seu fim? Se eu acreditasse de verdade nisso, não estaria apostando nessa carreira, nem escrevendo este texto para vocês por aqui.

O Marketing de Conteúdo já dava certo muito antes de a internet nascer, como você pode ver nesse documentário do Content Marketing Institute (40 minutos que valem a pena!).

Eu acreditar que o Marketing de Conteúdo não vai morrer, entretanto, não significa que vá continuar existindo espaço e oportunidade para quem não investe em conteúdo de qualidade.

As listas de “10 coisas”, os textos sem personalidade e os vídeos com segredos milagrosos não têm força para abastecer uma estratégia de marketing por muito tempo. Agora, se você está produzindo conteúdo prático e relevante, sem se preocupar com fórmulas prontas, o máximo que pode acontecer é sua empresa precisar adaptá-lo para uma nova mídia, uma nova tecnologia ou um novo formato.

Se tiver dúvida, vale lembrar alguns princípios para produção de conteúdo de qualidade, que servem para qualquer formato (blog post, ebook, vídeo, revista impressa, etc):

Conteúdo único

Você está repetindo mais do mesmo ou compartilhando novas ideias e reflexões com seu público?

Conteúdo para quem interessa

O conteúdo é produzido com foco em sua persona, realmente a ajudando na resolução de um problema? Ou a intenção é agradar o dono da empresa?

Conteúdo que provoca “UAU”

Qual a reação da persona ao interagir com seu conteúdo? Ela sai com alguma reflexão importante e satisfeita por ter encontrado a melhor resposta para a sua pergunta?

A responsabilidade não é (apenas) de quem escreve

freelancer
Para encerrar, vamos fazer um acordo? Nada de apontar o dedo na cara do cliente, muito menos de culpar as agências e os freelas de conteúdo. Essa “commoditização” de conteúdo serve a quem aposta nela.

As empresas que pagam R$ 10,00 por texto, vão continuar recebendo conteúdos com qualidade de R$ 10,00. Os profissionais que cobram pouco pelo seu trabalho, vão continuar contando as moedas para fechar o orçamento no final do mês.

É possível que eles consigam colher bons frutos a partir dessas escolhas. Do meu lado, prefiro seguir o outro caminho, me conectando com colegas e com clientes que focam em um trabalho de melhor qualidade.
No fim das contas, o que decide quem terá sucesso é o mercado. O que será que ele irá definir?

Qual o futuro que você vê para o Marketing de Conteúdo? Comente e compartilhe sua opinião também!


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Luciane Costa

Luciane Costa

Formada em jornalismo e apaixonada por conteúdo digital. Virou freelancer porque precisava de uma grana extra e acabou descobrindo que adora trabalhar assim. Gaúcha e morando em São Paulo, é viciada em séries de detetives e adora cozinhar.
Luciane Costa

Luciane Costa

Formada em jornalismo e apaixonada por conteúdo digital. Virou freelancer porque precisava de uma grana extra e acabou descobrindo que adora trabalhar assim. Gaúcha e morando em São Paulo, é viciada em séries de detetives e adora cozinhar.

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6 respostas

  1. Não terá mais como insistir continuar fazendo mais do mesmo e querer resultados diferentes, as mesmas fórmulas e estruturas não funcionam para todos de igual maneira. Penso que os conteudistas de destaque serão sempre procurados por clientes que querem autenticidade, originalidade e domínio do conteudista no que escreve. O domínio de um assunto ou tema só temos quando vivenciamos ou nos interessamos por ele de maneira pessoal, pois isso nos faz querer pesquisar, entender melhor e desenvolver a partir daí o melhor conteúdo. Como está escrito no seu texto, quem quer pagar por um conteúdo de R$ 10,00 receberá um conteúdo condizente com este preço, mas quem quer um conteúdo de valor saberá que tudo que tem valor vale mais do que o preço que se paga.

  2. Olá, Luciane!
    Eu recebi um contato através do Linkedin de uma (suposta) agência de conteúdo internacional com sede na Europa, chamada “Key Content” – já ouviu falar? – que se diz ser dedicada a fornecer conteúdo a empresas digitais como a Amazon, eBay, Tripadvisor, entre outros. O nome do cara é Gonzalo Suarez e ele está em Berlim, Alemanha.
    Você sabe que medidas eu posso tomar para verificar se a empresa é idônea, se existe mesmo?? Eu entrei no site deles, mas até aí tudo bem… Eu fico com receio porque é tanta pilantragem que a gente vê por aí…
    Como você sabe tudo sobre o “universo freela” resolvi saber sua opinião sobre isso.
    Obrigada desde já!
    Abraço,
    Andrea

    1. Oi, Andrea!
      Difícil saber quando a empresa é de fora, pois não temos acesso aos dados dos bancos tradicionais, como site da Receita…Vi o site agora e realmente eles parecem atender grandes clientes…mas realmente nunca se sabe! Será que você pode trabalhar mediante 50% de sinal no início dos projetos?
      Abraço!

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