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Como definir preço para seu freela?

como definir preço para seu freela

Resolvi escrever este post depois de ser impactada (várias vezes) por um anúncio no Facebook de um redator que oferecia seus serviços por R$ 7,00. Isso mesmo, um post para blog, com 500 palavras e otimizado para SEO por SETE REAIS.

Ok, gente aceitando trabalho como freelancer por valores muito abaixo do praticado pelo mercado não é novidade, mas fiquei chocada em ver alguém promovendo isso como um modelo de negócio – é possível até fazer contratação automática pela internet e pagar no cartão de crédito.

Minha cara quando vi um redator cobrando R$ 7,00 por artigo!

Isso me levou a pensar em um ponto que costuma ser uma dúvida bem comum para profissionais independentes: como definir preço para seu freela? Não é tão simples responder essa pergunta e, talvez por este motivo, exista espaço para tanta discrepância entre os valores cobrados por aí.

De qualquer forma, vou dar umas dicas aqui de como construí minha tabela para os freelas que faço, espero que ajude!

Prefere esse conteúdo em vídeo? Assista aqui embaixo!

Como calcular sua hora de trabalho e saber como definir preço para seu freela?

Este é o passo a passo que segui para definir o preço dos meus freelas de produção de conteúdo e gestão de Marketing, mas é possível aplicá-lo para a maioria das áreas de atuação como freelancer.

1. Saiba quanto tempo leva para realizar cada tarefa

A primeira pergunta que você deve se fazer é quanto tempo leva para executar determinada tarefa. Considere todos os tipos de serviço que você presta e chegue a um tempo médio para cada um deles.

Tomando como exemplo o post de 500 palavras, oferecido pelo meu colega redator por R$ 7,00, eu costumo levar 1 hora para escrever, fazer otimizações para SEO e revisar o conteúdo. Quando escrevo sobre algum tema que não domino, acrescento o tempo necessário para pesquisa e busca de referências.

2. Descubra quanto você ganharia como colaborador de uma empresa

Depois de descobrir quanto tempo leva para entregar uma tarefa, você deve entender o quanto ganharia por esta tarefa sendo empregado com uma função equivalente dentro de uma empresa. Nessa hora, você deve ser muito sincero consigo mesmo: qual o seu nível de experiência para prestar o serviço que está oferecendo em relação a outros profissionais? Assim como em uma empresa, você deve se enquadrar em um nível, seja ele júnior, pleno, sênior ou especialista.

Sabendo disso, procure descobrir a média de salários nesta função. Você pode considerar seu último salário, perguntar a colegas de profissão ou até mesmo consultar sites como o Love Mondays.

3. Conheça os preços dos concorrentes

Quem são seus concorrentes para o serviço que oferece? Outros freelancers? Empresas especializadas? Você precisa saber o quanto eles cobram para definir seu preço. Por mais que consiga cobrar muito menos, vale a pena manter seu preço semelhante aos deles, afinal de contas, um profissional que trabalha como freelancer deve se posicionar pela qualidade de seu trabalho e não pelo preço que cobra, não é mesmo?

4. Faça os cálculos

Assim que souber o tempo que leva para entregar uma tarefa e quanto custa sua hora, faça os cálculos para definir o quanto irá cobrar por esse serviço. Mas esse não é um cálculo simples: não deixe de alinhá-lo ao valor cobrado pela concorrência e acrescentar custos adicionais relativos à execução de sua tarefa – que seriam de responsabilidade da empresa caso você estivesse empregado formalmente.

Não faça mais por menos

Tenho quase certeza que depois de fazer as contas você chegou a um valor superior aos R$ 7,00 por post (ou o equivalente em sua área de atuação). Mas, afinal, qual é o problema de cobrar menos do que o mercado? Eu vejo vários e gostaria de compartilhar alguns com vocês – se você concorda ou não, vou adorar saber aqui nos comentários!

Não é sustentável

O primeiro motivo para não cobrar barato por um serviço especializado é que isso não e sustentável. Sendo o profissional que custa menos do que os outros, provavelmente você não conseguirá se sustentar com seus freelas – ou mesmo ter um retorno financeiro significativo se esta é só uma renda extra.

Além disso, você poderá ter um monte de clientes diferentes, solicitando serviços totalmente distintos. Para entregar todos no prazo, provavelmente tenha que abrir mão de outras atividades fundamentais para quem atua por conta própria, como busca por novos clientes, gestão financeira, atualização de portfólio e novos aprendizados.

Prejudica o setor

Sim, como profissional você tem uma responsabilidade com o setor em que atua. Ninguém deve ter a impressão de que seu trabalho é fácil. O de redator de conteúdo, por exemplo, exige pesquisa, conhecimento de redação e ortografia, busca por referências e atualização sobre temas como SEO e marketing digital. Dá para fazer isso por R$ 7,00? Duvido.

Se você cobra pouco em seu segmento, seu cliente terá a impressão de que este é o valor padrão, o preço que qualquer profissional que entregue esse serviço merece ganhar por ele. Você mesmo pode ser prejudicado se precisar aumentar os valores para garantir um ganho maior no futuro.

Afeta sua imagem como profissional

Já mencionei antes nesse post, um freelancer não se posiciona pelo preço, mas sim pela qualidade de seu serviço. O que você prefere, ser conhecido como o profissional que cobra baratinho ou o que faz um excelente trabalho? Fácil responder.

No início da carreira como freelancer é comum querer pegar jobs a qualquer preço, para criar a carteira de clientes e começar a ter os primeiros ganhos. Eu mesma fiz isso (nunca por R$ 7,00) e não posso dizer que me arrependi: serviu para eu perceber que não vale a pena.

Esses clientes para quem eu escrevi artigos pelo menor valor que podia cobrar nunca me deram abertura para sugerir alterações na estratégia, provavelmente por acharem que eu fosse uma profissional junior.

Não permite que você cresça

Por fim, lembre-se que um freelancer concorre com empresas e profissionais que estão no mercado na hora de conquistar clientes. Para manter a competitividade do serviço que oferece, é preciso ser um especialista em sua área, participando de eventos, lendo os conteúdos mais recentes e investindo em desenvolvimento pessoal.

Se cobrar pouco, você terá que trabalhar mais para conseguir manter seu padrão de vida e, provavelmente, não sobre tempo e dinheiro para focar em seu crescimento. Em pouco tempo você pode ficar desatualizado e dar adeus à sua carreira de freela. Não queremos que isso aconteça!

Você concorda que profissionais oferecendo serviços baratos prejudicam o ecossistema de freelancers? Como você acha que isso poderia melhorar? E quais outras dicas você dá sobre como definir preço para seu freela?


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